segunda-feira, 13 de abril de 2015

A água que estava aqui? A vaca bebeu...

Há semanas tenho estado incomodado com uma questão, então resolvi escrever. Espero que você doe uma pequena fração do seu tempo para você próprio, lendo este texto.

Escrito e publicado pelo nosso amigo Jay Krsna. Leia a postagem em sua fonte original (Facebook) aqui.


Nos últimos tempos, temos presenciado a escassez de água em algumas regiões do país, sobretudo e de forma alarmante no estado de São Paulo. Este quadro vem provocando aumentos significativos nas contas de água e de luz e, consequente, no disparo do custo de vida.

Existe uma verdade sobre esta situação! Porém, a indústria pecuária, da qual muitos governantes são representantes, não tem interesse no esclarecimento desta verdade. Por outro lado, grande parte da população “prefere, escolhe” não saber.

Acompanhe:

Grande parte da concentração de renda do país está nas mãos dos empresários da indústria pecuária e, destes, uma parte significativa lota o Congresso Nacional. São estes mesmos governantes e empresários da indústria pecuária que decidem pelos aumentos astronômicos da água e da luz, fazendo com que você pague a conta de suas fortunas.

Como?

Você sabia que, para se produzir 1 quilo de carne de boi são necessários 15.000 litros de água e que um boi bebe 35 litros de água por dia e uma vaca leiteira, 90 litros?

Se considerarmos que o rebanho nacional já é maior que 209 milhões de cabeças (em média um boi para cada membro da população brasileira), as contas do consumo de água desta indústria torna-se um número inimaginável! Isto sem falar na criação de aves e porcos!

Já há anos muitos países não têm mais agua suficiente para a criação de gado, passando a comprar a carne de países produtores como o Brasil. Por outro lado, comprar carne de outras nações fica mais barato, pois os custos ambientais da produção de carne não são contabilizados.

A década de 2000 foi marcada pela consolidação do Brasil como potência na produção e exportação de carne bovina, sendo que o Brasil assumiu a primeira colocação dentre os exportadores em 2004.

8,5 milhões de km² de extensão, cerca de 20% de nossa área (174 milhões de hectares) é ocupada por pastagens!

Sob este prisma, fica claro que, o combate à escassez da água deve ter como foco claro a redução severa do consumo de carne. O preço da carne que, sim, deveria ser superajustado, restringindo o seu consumo e não o preço da água e da luz!

Ou seja, os empresários da indústria pecuária e os políticos transferem as contas de seu negócio para que o povo pague, e pague caro!

Sob pele de cordeiro e de forma cínica, estes empresários e políticos lançam campanhas de racionamento da água, aproveitando-se ainda da situação para construir uma imagem falsa de inquietação ecológica. A verdade é que, nós restringimos e pagamos alto pelo uso da nossa água na proporção em que eles expandem seus pastos.

Justamente neste ponto, cabe aqui uma questão incômoda e crucial:
Quer você queira saber ou não, é a carne que cada um decide colocar em seu prato que mantém este quadro.

Neste sentido, a saída desta e de outras situações graves acopladas (a concentração de renda, o desmatamento, a poluição, várias doenças e o desrespeito à outras espécies de vida) é simples e óbvia: assumir, cada vez mais, um estilo de vida vegetariano! Isto é lógico, inteligente e consciente!

Há pouco curti no Facebook uma postagem em que várias pessoas se manifestaram de forma indignada contra a foto de uma caçadora ao lado de uma girafa abatida, num ato de total afronta à natureza, à ecologia e ao respeito às outras espécies.

Contudo, fico me perguntando: quantas destas pessoas são cotidianamente carnívoras, e se elas têm consciência de que, de uma forma indireta, elas próprias estão espelhadas na imagem na caçadora e a nossa água espelhada na imagem girafa morta?

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