Sempre ouvi a frase de que a família vem em primeiro lugar. Porém, depois destas eleições, sinto-me mais eu, mais certo do que quero e mais desejoso do que nunca por um país - e um mundo - em que não haverá preconceito, discriminação e desigualdade social. Penso que todos queiram isso: as diferenças encontram-se nos métodos pelos quais atingiremos este objetivo.
Não gostaria nem de escrever a palavra "política" neste texto, pois quero falar de família. Entretanto, como foi o pensar de uma coisa que levou ao pensar de outra, não tenho como evitar isso. Minha família, assim como várias, ficou dividida nestas últimas eleições. Divisão que, felizmente, não culminou em nenhuma briga, apenas em discussões produtivas no grupo do WhatsApp.
Foi toda esta discussão política que me fez ver traços que eu jamais esperei encontrar nestas pessoas com as quais cresci junto. Argumentos que não iam além do próprio umbigo, com o perdão do julgamento, ficaram engasgados em minha garganta.
Assim, confessarei aqui o meu "crime" contra os "bons costumes": família, para mim, não vem mais em primeiro lugar, bem como as amizades. Sei que muitos não concordarão com minha atitude e a acharão extremada, mas logo explicarei o porquê disto.
Não curto mais o favoritismo da família, nem o do Estado, e muito menos o do time de futebol. Família só vem em primeiro lugar se for a família mundial. E é esta ideologia que, hoje, coloco acima da minha família - seja o pequeno ou o grande círculo familiar. Meus ideais e crenças não são, de maneira nenhuma, exclusores: ao substituir o conceito que se tem de família por algo mais universal, não excluo meus familiares, mas acrescento a eles todos os que antes eram considerados como "restantes".
Não há perda de valor emocional, mas sim um aumento: o enorme grupo humano que habita, hoje, o Planeta Água e, juntamente com este grupo, os animais e todos os seres do Universo conquistaram, no meu coração, um lugar tão especial quanto o lugar ocupado pela minha mãe.
É por isso que, independentemente dos resultados das eleições, continuo e continuarei com meus ideais de integração, nem que isso acabe me afastando temporariamente de certos familiares com ideologias diferentes. Afinal, para mim, todos são família agora. Todos são dignos de meu respeito e amor. Todos são Buda, todos são Deus.
"Nascimento, nem morte, nem casta eu tenho; pai, mãe, não tenho também. Eu sou Ele, Eu sou Ele, Santo Espírito, Eu sou Ele." |
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